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A oitava mulher

por Luciana Leal

Em cima de uma cama vou me recuperando. O medo que tinha em um texto anteriormente publicado se concretizou: a moléstia do século XXI me pegou. É uma sensação estranha. É uma virose que cansa, que te deixa emotiva.

Resolvi ler para me distrair e busquei um livro que mora na estante já tem tempo: “A Casa das Sete Mulheres”, de Letícia Wierzchowski. A leitura é envolvente e morna, sem, no entanto, aquecer, porque traz o frio da espera. Talvez seja a sensação do minuano tantas vezes descrito.

A história é um romance ficcional que aborda a Revolução Farroupilha do ponto de vista feminino. Sete mulheres em uma estância, vivendo isoladas do mundo e de si mesmas, sufocando dores.

Dez anos de isolamento. O livro é lindo! Mas nesse momento foi contraproducente. Impossível não fazer uma analogia com o que vivemos. Há uma atmosfera de impaciência sufocada, de vidas estagnadas. Crianças e adolescentes crescendo sem o convívio social que nos forma como pessoas. Impossível não pensar em nossos tempos pandêmicos.

Somos os trabalhadores farrapos na linha de frente, dizemos a nossos filhos que tudo acabará bem, mas precisamos de quem nos afague e diga que isso vai terminar. Me senti como uma daquelas mulheres, cada uma enlouquecendo ou endurecendo à sua forma. Também tentei fugir em minha mente, mergulhar no trabalho para que a insanidade do mundo não se instalasse em mim.

Naquele tempo, a intenção inicial era só mais incentivo ao charque brasileiro, mas a guerra tomou outras proporções e levou mais tempo que o esperado. Hoje temos uma república que nos privou da vacina, de insumos, de apoio. Sempre temos algo faltando ao longo da história. A minha impressão é que somos um povo que corre atrás do próprio rabo.

Estamos perdendo quase dois anos nessa sobrevivência traumática, fora as vidas que não se recuperam. Não quero que sejamos uma geração de Manuelas neuróticas de pandemia a olhar as mãos enrugadas pensando no que poderíamos ter sido se as coisas não fossem como estão sendo.

A construção das personagens é profunda, mulheres que demonstram força quando necessário. Talhadas na espera. Espera de seus pais, maridos, dos filhos nos campos de batalha e em seus ventres. Também eu vivo minha espera por vida e não apenas por essa sobrevivência diária.

“A Casa das Sete Mulheres” de Letícia Wierzchowski; 5ª Edição, Record, 2003, Rio de Janeiro.

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